sexta-feira, 28 de julho de 2017

A poderosa vitamina D




Você conhece a vitamina D? Sabe para que serve? De onde vem? É cara ou barata? Já ouviu falar mas não deu muita importância? Pois chegou a hora de parar e prestar atenção nela. Pode fazer toda a diferença na prevenção de doenças e melhoria na sua qualidade de vida daqui para frente.


Não se trata, verdadeiramente, de uma "vitamina" (algo que o nosso organismo não fabrica). Estruturalmente, é o mais potente hormônio esteroidal do corpo. Ou melhor, dadas as evidências atuais, tem sido classificada como uma substância biológica própria, até acima dos hormônios. 

Conforme será explicado adiante, trata-se do maior regulador do sistema imunológico, o que a torna uma substância inigualável!

Hormônios, por definição, são substâncias - produzidas pelo próprio corpo - que mesmo em quantidades muito pequenas, são potentes o bastante para produzir efeitos biológicos relevantes.

Apesar de já existir na terra há 500 milhões de anos, a vitamina D, em 1789, segundo escreve o Ian Wishart em seu livro "Vitamina D", um médico prescreveu óleo de fígado de bacalhau para um paciente com reumatismo crônico. Posteriormente passou a ser usado como tratamento para o raquitismo infantil na década de 1820. 

Na década de 1930, descobriram que a luz solar estava criando na pele a mesma substância encontrada no óleo de fígado de bacalhau, sendo então batizada de "vitamina D", exatamente porque era formada quando a substância 7-Dehydrocholesterol era exposta à luz solar. 

Até Hipócrates, por volta de 450 A.C., que inspirou o famoso juramento médico, já escrevia sobre o raquitismo e também prescreveu o sol como um tratamento para a tuberculose.

A vitamina D era utilizada para combater o raquitismo, uma doença que afetava as crianças e deixavam as pernas tortas e arqueadas. Já os adultos com deficiência de vitamina D apresentam uma enfermidade denominada osteomalácia, caracterizada por uma dor vaga e intensa nos ossos e músculos. Comumente é confundida e diagnosticada como fibromialgia. Se não tratada, evolui para a osteoporose.

Inicialmente a vitamina D foi associada somente ao favorecimento da absorção de cálcio do intestino para a formação e sustentação do esqueleto. Ossos são feitos de cálcio – e, para absorver o cálcio, nosso sistema digestivo precisa de vitamina D.

Depois, com a evolução do conhecimento científico, atualmente, ela é estudada como o principal determinante de saúde do mundo moderno, controlando funções de todas as nossas células, inclusive do sistema imunológico.

Por demonstrar os benefícios da luz solar à saúde, o fotobiologista Dr. Niels Ryberg Finsen ganhou o prêmio Nobel de Medicina em 1903.

Segundo os especialistas, estima-se que a vitamina D (continuemos chamá-la assim, pois é seu nome popular) controla e administra aproximadamente 10% de nosso genoma, que possui 23.000 genes. Sendo assim, ela tem a capacidade de atuar em mais de 2.000 genes. 


Ela atuaria como um "fiscal", desde o nascimento das células. Aquelas que eventualmente não sejam sadias, ou que nasçam descontroladamente, seriam eliminadas imediatamente pela ação da vitamina D, fazendo com que somente as células boas e saudáveis prosperassem.


Se 10% de nossa carga genética sofre influência da vitamina D, não precisa muito raciocínio para concluir pela sua vital importância para nosso organismo.


Devido à sua potência biológica, o dr. Cícero Galli Coimbra, um especialista no assunto, apregoa que a vitamina D controla 229 funções em cada uma de todas as nossas células do sistema imunológico.


Foi o recurso que a própria natureza desenvolveu por milhões de anos para manter o nosso sistema imunológico absolutamente regulado e fortalecido.


A fonte primária - e gratuita - de obtenção da vitamina D é o sol. Especialmente, através da radiação pelos raios ultravioleta B. A fonte secundária consiste na suplementação alimentar.


No entanto, segundo o mesmo dr. Cícero Coimbra, em termos de produção, os níveis de vitamina D nos alimentos é praticamente irrisório para as nossas necessidades diárias. Então não se iluda pensando que comer salmão selvagem ou óleo de fígado de bacalhau irá resolver a sua deficiência.


Desde sempre, o sol foi explorado para curar e prevenir várias enfermidades. A helioterapia consiste no tratamento de doenças através do uso  inteligente da luz solar. No início do século XX, principalmente na Europa e Estados Unidos, foram criados, nos hospitais, locais aprazíveis denominados "solários", espaços próprios onde as pessoas ficavam expostas à luz solar como forma de tratamento eficaz contra o raquitismo, a tuberculose e a psoríase. 


No mundo moderno, estima-se que 9 em 10 pessoas no mundo possuem carência/deficiência de vitamina D. Fala-se em pandemia de hipovitaminose D.


Anos atrás a revista Newsweek, de forma provocativa, indagava: "Estão os americanos morrendo por falta de vitamina D?"


Para os entendidos, isto ocorre porque vivemos sob quadro paredes. Na contramão dos atuais estudos científicos, prevalece no senso comum a chamada "heliofobia", ou seja, o medo desmedido do sol e o uso exagerado dos protetores solares. 


Na verdade, parece que este comportamento exagerado de se evitar o sol, bem como o uso indiscriminado do protetor solar, está surtindo efeito contrário: em vez de prevenir doenças, devido à deficiência da vitamina D e ao baixo sistema imunológico, as pessoas estão muito mais vulneráveis ao aparecimento de enfermidades. 


No mundo moderno, é fato que as crianças, em vez de brincarem no parque, preferem ficar dentro de casa jogando vídeo game, usando o celular ou navegando nas redes sociais. Quando não estão no ambiente doméstico ou escolar, são levadas - de carro com insufilm - ao shopping - também fechado - onde se "divertem" por horas.


Comparativamente, o homem paleolítico - que vivia ao ar livre - produzia 20.000 UI de vitamina D por dia ao passo que o homem moderno - enclausurado - produz insignificantes de 200 a 600 UI. Em termos da evolução, o ser humano sempre dependeu da luz solar para viver. Afinal, sol sempre significou vida.

A Natureza é sábia. Se todos os órgãos e células do corpo humano possuem receptores para a vitamina D (assim como o hormônio da tireoide T3), significa que, inegavelmente, se trata de uma substância de vital importância para nós.

No entanto, ela é desconhecida ou ignorada.


Interessante observar que a deficiência de vitamina D no Brasil, mesmo sendo um país tropical, privilegiado com a iluminação solar praticamente durante todo ano, localizado próximo à linha do Equador, é provocada pelo fato das pessoas, por medo do sol, viverem fechadas, andarem de carro protegidas ou caminharem pelas ruas com intenso protetor solar. Nas grandes metrópoles, estão cercadas por arranha-céus que impedem a passagem da luz solar. 



Segundo o médico neurologista brasileiro Dr. Cícero Galli Coimbra, um dos maiores especialistas no assunto, é sabido que a deficiência de vitamina D é praticamente um pré-requisito para o aparecimento de doenças autoimunes.

Aliás, o Dr. Cícero é referência no tratamento de pacientes portadores de esclerose múltipla, aplicando-lhes basicamente altas doses de vitamina D, conseguindo ótimos resultados e devolvendo a qualidade de vida a milhares de pacientes.

Confira neste vídeo.

Este profissional defende esta forma alternativa de tratamento que se mostra, na prática, de eficácia comprovada e muito superior ao tratamento tradicional, orçado em R$ 11 mil por mês e com indesejáveis efeitos colaterais, principalmente a febre.

Por outro lado, não se desconhece os efeitos nocivos do sol quando a exposição é exagerada e sem proteção. Mas o que se preconiza é dedicar um tempo, diário, mínimo e responsável, ao sol, com a duração limitada e nos horários apropriados.

Somente assim será possível que a pele receba os raios solares UVB e metabolize a produção da vitamina D. É bom lembrar que estes raios UVB não passam através do vidro, mas somente os nocivos raios UVA, estes sim causadores de câncer de pele, queimaduras, rugas e envelhecimento da pele.

Em relação ao horário para se tomar sol, um parâmetro aceitável, segundo o Dr. Cícero, é considerarmos se a nossa sombra tem a mesma dimensão da nossa estatura, pois este seria o momento ideal, devido ao ângulo da radiação solar.

Estima-se que o banho de sol de um adulto, de pele clara, deveria ocorrer entre 11h00 e 13h00 horas, por um período de 10 a 20 minutos, sem o uso de protetor solar e com o mínimo de roupa possível.

Por causa da pouca inclinação solar, antes das 10 horas ou depois das 15 horas, é praticamente impossível fabricar vitamina D proveniente do sol. Neste período, a radiação solar faz um percurso oblíquo através da atmosfera, com intensidade menor, comprometendo a produção da vitamina D.

Conforme explica o Dr. Cícero Coimbra, em pessoas jovens, com pele clara, vestindo uma camisa regata e usando short, a exposição direta ao sol por 20 a 30 minutos, no horário adequado, conseguimos produzir 10.000 unidades de vitamina D (UI). Esta seria a denominada "dose fisiológica" diária. Exatamente por isto ele também recomenda a suplementação com a ingestão diária de pelo menos 10.000 UI.

Outro exemplo dado: uma pessoa, com roupa de banho e o corpo quase todo exposto, deitado na horizontal e recebendo os raios UVB, no horário certo, em apenas 10 minutos conseguiria produzir de 20.000 a 25.000 UI.

No entanto, as convenções internacionais recomendam a insignificante quantidade de 600 UI diários para as pessoas, sendo este valor absolutamente insuficiente para as nossas necessidades. Inegavelmente são valores insuficientes a não resolvem nada.

O protetor solar com fator de proteção  solar (FPS) 8 reduz em 90% a capacidade de produção da vitamina D, pela via solar. Já o protetor FPS 30 diminui a capacidade produtiva em 99%.

O corpo é inteligente. A pele tem a capacidade de auto regular a quantidade de vitamina D que precisamos. Por isto, mesmo se tomarmos sol e suplementarmos no mesmo dia, não haveria prejuízos para a saúde. 

Em termos fisiológicos, conforme exposto no  livro "Vitamina D, como um tratamento tão simples pode reverter doenças tão importantes", o Dr. Michael Holick explica que o metabolismo da vitamina D ocorre, milagrosamente, da seguinte forma: sob ação dos raios solares ultravioleta beta (UVB) na pele, um precursor do colesterol, chamado 7-dehidrocolesterol (também conhecido como provitamina D3 ou 7-DHC. 

Portanto, sem colesterol suficiente inexiste a reação química), converte-se em pré-vitamina D, na camada superior da nossa pele. Este composto rapidamente se transforma em vitamina D3 (colecalciferol), liberada pelas células epiteliais na corrente sanguínea. A vitamina D3 permanece biologicamente inativa até que o fígado a aprisione (ali ela é "hidroxilada") e crie a forma circulante mais comum, o calcidiol (ou 25-vitamina D).

Mas antes da vitamina D chegar ao fígado, parte dela se desloca para a gordura subcutânea, onde é estocada. Por ser solúvel na gordura, pode ser ali armazenada e usada automaticamente pelo corpo durantes os meses de inverno, sendo liberada de acordo com a necessidade.

Nos rins a 25-vitamina D se transforma na sua forma ativa, a 1,25-vitamina D (calcitriol), sendo que esta forma ativada é responsável pela regulagem da absorção de cálcio no corpo e executar uma série de funções anteriormente desconhecidas.

Assim, os rins produzem vitamina D ativada a partir da 25-vitamina D circulante, que é liberada pelo fígado que, por sua vez, aprisiona a 25-vitamina D produzida pela pele após a exposição à luz do sol e, em menor número, a partir dos alimentos.

O dr. Holick explica que nunca ficaríamos intoxicados com a produção de vitamina D através da luz solar. O cuidado maior deve ser nas doses da suplementação dietética.

Felizmente é possível quantificar a deficiência de vitamina D através de um simples exame de sangue. Pela forma principal circulante "25-vitamina D" - ou 25 (OH) D sérico - podemos avaliar os níveis de estoque em cada pessoa de vitamina D.

O corpo humano, perfeito, foi projetado para acumular e estocar a vitamina D nos meses mais quentes e liberá-la dos adipócitos nos dias frios de inverno.

De acordo com as convenções atuais, o nível acima de 30 nanogramas por mililitros de sangue (ng/ml) já estaria "normal". No entanto, é preciso compreender que normal não significa desejável ou suficiente, especialmente no caso da vitamina D que, quanto maior o nível, até o limite de segurança, melhor.

Assim, devemos nos empenhar para alcançarmos níveis ótimos, pelo menos, acima de 50 ng/ml, para efetivamente estarmos bem protegidos e com o sistema imunológico eficiente.

A vitamina D gerada pela pele é a "D3". A vitamina "D2" é produzida a partir de leveduras. No entanto, segundo o Dr. Michael Holick, ambas são eficazes e não há prejuízo em usar uma espécie em detrimento da outra.

Recomendo a leitura deste excelente livro, da editora Fundamento, escrito pelo maior especialista no mundo sobre vitamina D, o dr. Michael F. Holick.


Nesta magnífica obra, podemos observar :
" ... níveis adequados de vitamina D podem aumentar a fertilidade, proteger a gravidez, reduzir inflamações, ajudar a controlar o peso corporal, proteger contra doenças infecciosas, tais como gripe e a tuberculose, prevenir o acidente vascular cerebral e a demência, potencializar o sistema imunológico e a memória e manter a força muscular. Tudo isto significa que a vitamina D pode ser o segredo antienvelhecimento mais desvalorizado e incompreendido da atualidade. E, ao contrário dos outros "segredos" antienvelhecimento, esse não custa absolutamente nada ... 
Evidências sugerem que, se aumentarmos o nível de vitamina D para determinado patamar, podemos reduzir de 30% a 50% a chance de desenvolver câncer colorretal, ovariano, pancreático, de próstata e de mama. Também podemos reduzir em até 50% a probabilidade de hipertensão, de acidente vascular cerebral e de infartos ...
Muitos da comunidade científica pensam que a vitamina D age como uma "sentinela" da nossa saúde, controlando o crescimento celular. Como tal, ela pode interferir no surgimento do câncer. Se uma célula perde o controle sobre o próprio crescimento, ela está prestes a se tornar uma célula cancerosa maligna. A forma ativa da vitamina D pode ajudar no resgate, ativando genes que controlam o crescimento celular, ou induzindo a apoptose - um processo em que a própria célula se destrói, ou seja, comete suicídio. Se o tumor permanece e começa a crescer, a vitamina D ativa pode, ainda, tentar uma das suas outras ações mágicas: ela impede a formação de vasos sanguíneos que fornecem a nutrição necessária à sobrevivência do câncer. Infelizmente, uma vez que o processo maligno tenha início, o câncer, ardilosamente, se torna resistente ao efeito benéfico da forma ativa da vitamina D. 
Por isto, é muito importante manter níveis suficientes de vitamina D ao longo da vida. Do mesmo modo que a falta de seguro pode nos deixar vulneráveis em caso de acidentes, os períodos durante os quais não dispomos de vitamina D suficiente para agir nos receptores espalhados por todo nosso corpo deixam-nos vulneráveis às doenças.  
A vitamina D influencia diversas doenças - câncer, artrite reumatoide, esclerose múltipla, diabetes do tipo 1 e do tipo 2, doença cardíaca, demência, esquizofrenia e hipertensão -, que definem a qualidade e a longevidade do indivíduo. 
A vitamina D produzida na pele dura duas vezes mais no sangue do que a vitamina D ingerida na dieta. 
Não há qualquer possibilidade de intoxicação por exposição à luz do sol. O corpo tem mecanismos para regular a quantidade de vitamina D e, portanto, nunca há excesso de vitamina D na corrente sanguínea. 
A partir do descoberta da penicilina, em 1928 (...) as pessoas foram convertidas à ideia de que as drogas sintéticas eram muito mais eficazes na prevenção e na cura da maior parte das moléstias que afetam a humanidade do que os tratamentos oferecidos pela Mãe Natureza - uma crença ainda muito prevalente nos nossos dias. 
Os níveis baixos de 25-vitamina D estavam fortemente associados aos graus mais altos de aterosclerose. 
Durante um estudo, os participantes com níveis séricos baixos de 25-vitamina D tinham uma chance 60% maior de apresentar um evento cardiovascular, incluindo o infarto, a insuficiência cardíaca, ou o acidente vascular cerebral. 

Já o jornalista Ian Wishart, em seu livro "Vitamina D, seria esta a vitamina milagrosa?", da editora Citadel, destaca:
Uma das descobertas recentes é que o nosso sistema imunológico utiliza o 1,25(OH)2D (calcitriol) para a fabricação de antibióticos humanos naturais dentro de nossos corpos. Se você tem baixa vitamina D, o seu sistema imunológico pode não ser capaz de fabricar seus próprios antibióticos, e as implicações disso são previsíveis.
Um estudo randomizado controlado sobre a vitamina D ao longo de um período de quatro anos constatou uma diminuição dramática nos casos de câncer entre os pacientes que receberam 1.110 UI de vitamina D3 por dia, em comparação com aqueles tratados com placebo. Após o estudo com 403 mulheres de Nebraska, EUA, as usuárias de vitamina D tiveram incidência de câncer 77% menor do que as usuárias de placebo. 
Você tem nove vezes mais probabilidades de morrer de câncer causado ou agravado pela falta de luz solar do que um câncer de pele causado pela mesma.
O grau de deficiência de vitamina D é realmente enorme. Um sinal revelador é o gigantesco aumento do número de casos de raquitismo - uma doença que se imaginava superada no início do século 20 em todo o mundo.
 
Através de um estudo observacional feito em Wisconsin, em 2007, o Dr. Robert Przybelski observou que nossa hipótese é de que bons níveis de vitamina D podem evitar ou atenuar o Mal de Alzheimer. O estudo observou que os neurônios, como muitas outras células, têm receptores de vitamina D. Ele afirma que a vitamina D pode melhorar os níveis de substâncias químicas cerebrais importantes e que também pode ajudar a proteger células do cérebro. 
Um estudo de 2011, na Turquia, citou como benefícios da vitamina D seus efeitos antimicrobianos e de imunomodulação, que são os termos técnicos para a eliminação de germes e para estimulação do sistema imunológico, bem como benefícios relacionados a saúde cardiovascular, doenças autoimunes, câncer e metabolismo. A deficiência de vitamina D aumenta a mortalidade ao passo que até mesmo uma pequena quantidade de vitamina D pode aumentar a longevidade. 
Um estudo publicado em março de 2012 destacou que das cerca de 500 mulheres, 70 desenvolveram Alzheimer até o final do período do estudo, e esse grupo apresentou os menores níveis de vitamina D. Os 20% de mulheres que apresentaram os níveis de vitamina D mais elevados tiveram um risco 77% menor de desenvolver Alzheimer durante os sete anos em comparação com os 80% de mulheres com níveis inferiores de vitamina D, o que levou a uma conclusão inegável: a maior ingestão de vitamina D está associada a um risco  menor de desenvolver a doença de Alzheimer em mulheres mais velhas. 
Um estudo recente publicado no Journal of Alzheimer´s relata que a vitamina D não apenas neutraliza, como também "recupera" a função danificada do cérebro. Os resultados fornecem evidências de que a ativação da 1,25D3 de sinalização RVD dependente genômica e não genômica trabalham em conjunto para recuperar a função imune inata desregulada na doença de Alzheimer.
O aparente aumento na prevalência de autismo nos últimos 20 anos corresponde ao aumento da orientação médica para evitar o sol (Dr. John Cannell, Conselho da Vitamina D, 2008). 
A deficiência de vitamina D, diz Cannell, é um fator de risco primordial para desordens do desenvolvimento neurológico porque a vitamina D é um hormônio que funciona como um neuroesteroide; é um potente regulador positivo do fator de crescimento neural; encontra-se em uma grande variedade de tecidos cerebrais muito cedo na embriogênese e oferece neuroproteção, efeitos antiepilépticos e imunomodução (controle do sistema imunológico). 
Quando adultos de pele clara tomam sol no verão, durante 20 minutos, eles recebem cerca de 20.000 UI de vitamina D na circulação sistêmica dentro de 24 horas. 
Altos níveis de vitamina D no diagnóstico precoce do câncer de mama estão correlacionados a um tamanho inferior do tumor e a uma melhor sobrevida global (Resultados publicados na revista Carcinogenesis, 2012). 
As pessoas diagnosticadas com câncer colorretal no verão e no outono, quando as concentrações de 25(OH)D estão mais elevadas, apresentam melhor sobrevida do que aquelas diagnosticadas no inverno (Dr. Kimmie Ng, Harvard, 2011). 
Os pesquisadores descobriram que aqueles com os níveis de vitamina D mais baixos tiveram três vezes mais probabilidade de morrer de doenças cardíacas e duas vezes mais probabilidade de morrer de qualquer causa (Resultados do estudo NHANES III). 
A deficiência e a insuficiência de vitamina D são altamente predominantes em adolescentes com doença mental grave (BMC Journal of Psychiatry, 2012). 
Existem fortes evidências de que a concetração de vitamina D durante o final da adolescência e o início da vida adulta desempenha um papel importante na determinação dos riscos de esclerose múltipla (Lancet Neurology, 2010). 
As mulheres com níveis baixos de vitamina D durante a gravidez têm o dobro do risco de dar à luz a uma criança diabética, quando comparadas com as mulheres cujos níveis de vitamina D estão altos (Diabetes, 2012). 
Utilizar protetor solar não tem demonstrado prevenir melanomas ou carcinomas basocelulares (Academia Americana de Pediatria, 2011).

No entanto, os níveis de vitamina D decrescem com a idade. Quanto mais velho ficamos, mais tempo precisamos ficar expostos ao sol para produzir a mesma quantidade de vitamina D. Por isto a necessidade de suplementação, especialmente para aquelas pessoas que possuem algum tipo de limitação ou que, por qualquer motivo, não podem se expor à luz solar.

Por causa da pigmentação predominante, as pessoas de pele escura possuem mais dificuldade de produzir a vitamina D do que as pessoas de pele clara.

É interessante suplementar a vitamina D juntamente com a vitamina K2 (MK-7) e o magnésio, a fim de que a absorção do cálcio pelos ossos e dentes seja mais eficaz. Trata-se de um típico caso de sinergia e utilização de um cofator biológico saudável.

Isto porque a vitamina K é um cofator da vitamina D, o que significa que ela potencializa a ação da vitamina D. Os baixos níveis da vitamina D tem sido associado a um aumento do risco de aterosclerose. Estudos comprovam que a suplementação de vitamina K poderia modular os efeitos da vitamina D sobre a aterosclerose.

Conforme explica o dr. Cícero Coimbra, a vitamina D ativa substâncias que são neuro regeneradoras. As pessoas portadoras de doenças autoimunitárias apresentam, hereditariamente, uma resistência parcial aos efeitos imuno reguladores da vitamina D. É o que torna estas pessoas suscetíveis a desenvolver estes tipos de doenças. Por isto a necessidade de doses altas para controlar a doença. 

Especialistas preconizam que se a pessoa tiver mais de 50 nanogramas por mililitros no sangue de vitamina D, haveria uma alta prevenção e seria possível evitar mais de 80% das formas cancerígenas que poderiam surgir ao longo da vida. Trata-se, na verdade, de um tipo de "vacina contra o câncer".

A deficiência de vitamina D é a porta de entrada para inúmeras doenças, tais como tuberculose, gripe, hipertensão, diabetes tipo 2, doença cardiovascular, inflamação crônica, degeneração macular, autismo de recém-nascido, esquizofrenia na adolescência, depressão, doenças autoimunes (diabetes tipo 1, lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla, psoríase, Tireoidite de Hashimoto etc.).

Muito mais que achismos e suposições pessoais, há na literatura médica diversas evidências científicas, comprovadas por meio de estudos prospectivos e randomizados (padrão A de evidência, conforme já mencionado neste post), demonstrando que altos níveis de vitamina D no corpo são suficiente para prevenir e melhorar o tratamento de inúmeras doenças. Vejamos.

Um recente estudo clínico randomizado (aqui) constatou que a suplementação de vitamina K em conjunto com a suplementação de vitamina D reduziu significativamente a progressão da aterosclerose em pacientes com doença renal crônica (DRC), mais do que a suplementação com vitamina D sozinha.

Uma meta-análise (aqui) foi encontra a relação entre níveis baixos de vitamina D e câncer de rim. Houve um aumento de 21% no risco de câncer de rim em pessoas com baixos níveis de vitamina D, em comparação com indivíduos com níveis de vitamina D mais elevados. Os pesquisadores concluíram que as descobertas atuais sugerem que níveis circulantes mais elevados 25-hidroxivitamina D poderiam reduzir o risco de câncer de rim em 21%.

Em outro estudo científico foi relacionada a baixa exposição solar com alta incidência de leucemia (aqui), bem como foi constatada que a suplementação de vitamina D pode reduzir o risco de mortes relacionadas ao câncer (aqui).

Ensaio clínico randomizado atesta que a vitamina D pode melhorar o controle da asma (aqui).

Um estudo randomizado do Egito (aqui) relata que a vitamina D pode reduzir a incidência de crises em pacientes com lupus (doença inflamatória crônica autoimune), tratando-se de uma intervenção barata, disponível e eficaz no combate à doença.

Neste estudo controlado randomizado (aqui) foi constatado que a suplementação de vitamina D durante a adolescência afeta positivamente a geometria óssea do colo do fêmur.

Outro estudo científico, também randomizado, (aqui), publicado no American Journal of Clinical Nutrition descobriu que a suplementação de vitamina D ajudou a retardar a progressão da doença de Parkinson. Embora a vitamina D não cure o Parkinson, os integrantes do grupo de placebo viram um constante agravamento dos seus sintomas em comparação com os do grupo de tratamento.

Diversos estudos sérios relacionam a vitamina D e a melhora no tratamento do Mal de Parkinson (aqui e aqui e aqui).

A deficiência de vitamina D nas crianças também contribuiria para o surgimento da Diabetes tipo 1, doença autoimune, devido a incapacidade do pâncreas secretar insulina.

Durante a gravidez, a falta da vitamina D poderia contribuir para o nascimento de crianças autistas ou de bebês desprovidos do adequado desenvolvimento cerebral. Não raras vezes, a suplementação adequada de vitamina D durante a gravidez culminou com a observação do nascimento de crianças precocemente mais inteligentes e com o próprio sistema imunológico fortalecido.

Em relação à hipertensão, a vitamina D é capaz de modular a síntese da proteína fator de inibidor de renina, que é responsável pela pressão em nossas artérias. Desta forma, níveis adequados e suficientes da vitamina são capazes de controlar e reduzir a pressão alta.

A inflamação crônica subclínica - que provoca a lesão do endotélio - também teria início a partir de uma deficiência de vitamina D.

Além do mais, a modulação e síntese de uma proteína denominada peptídeo antimicrobiano - responsável pelo rompimento da membrana das bactérias quando entram no corpo (somente com esta ruptura será possível o organismo atacá-las e neutralizá-las), é feita pela vitamina D, incrementando, assim, nossas defesas naturais.

Segundo os relatos, a vitamina D também teria capacidade antidepressiva. A depressão é mais acentuada no inverno, quando há menos luz solar. No inverno, estatisticamente, os suicídios aumentam. Assim, a deficiência da vitamina D levaria a depressão, que aumenta o confinamento e agrava a deficiência, gerando um ciclo prejudicial à saúde.

Os sintomas da deficiência, além do necessário exame de sangue, pode ser verificada na vida cotidiana, por exemplo, como o surgimento reiterado de doenças resistentes, devido a imunidade baixa, como uma simples gripe que não vai embora. 

Portanto, quanto maior o nível de vitamina D, mais aumentamos nossa imunidade biológica. Na outra ponta, quanto mais baixo o nível de vitamina D, mais propenso o nosso organismo se torna para o surgimento de doenças.

Novamente a boa Ciência vem em socorro da comprovação dos benefícios biológicos associados aos altos níveis de vitamina D no sangue. Em um estudo controlado randomizado (aqui) foi demonstrado que a vitamina D previne e retarda a esclerose múltipla.

Diversos outros estudos científicos comprovaram a eficácia da vitamina D no combate à esclerose múltipla (aqui, aqui, aqui e aqui)

Em um destes experimentos, os pesquisadores encontraram resultados usando 50.000 UI de vitamina D3/semana ou 7000 UI/dia e concluíram:
“Nossos resultados indicam que a vitamina D3 protege os pacientes de neurite óptica desenvolvendo EM… Os efeitos imunomoduladores da vitamina D3 podem retardar ou prevenir recaídas futuras em pacientes de CIS, mesmo após o primeiro ataque desmielinizante, reduzindo assim o risco de desenvolvimento de esclerose múltipla”. 
Sugerimos a otimização dos níveis séricos de 25(OH)D  em todos os pacientes com neurite óptica que possuam baixos níveis desta vitamina. Propomos também que todos os pacientes de CIS que estejam em risco de desenvolvimento de EM devam ser tratados da mesmo forma. “
Um exemplo atual a respeito da deficiência da vitamina D consiste no surgimento do Zica vírus, que seria o causador da microcefalia em fetos. Na África este vírus não adquiriu tanta força, já que as africanas têm maior exposição solar e, consequentemente, maiores níveis de vitamina D que as brasileiras. Logo, estariam mais protegidas pelo próprio sistema imunológico. Já no Brasil a enfermidade alcançou alta virulência e transformou-se em uma tragédia principalmente devido a deficiência de vitamina D nas mulheres grávidas, que possuem um sistema imunológico enfraquecido, agravando a situação.

Sobre esta questão, vale conferir a explicação técnica nesta entrevista (aqui) concedida pelo dr. Cícero Coimbra. 


Ele ainda explica que a vitamina D é o maior imunorregulador de nosso organismo. Isto, na prática, significa que ela bloqueia as reações anormais do sistema imunológico (evitando agressão ao nosso organismo) e potencializa enormemente os programas normais do sistema imunológico contra vírus, bactérias e outros bioagentes patogênicos.

A questão fundamental, portanto, seria não evitar totalmente o sol, mas expor-se moderadamente à sua radiação UVB.


As pessoas precisam ser conscientizadas. O blog serve a este propósito. É chegada a hora dos governantes criarem políticas públicas de saúde em prol da divulgação dos benefícios, da disponibilidade natural e do custo da vitamina D.


É mais inteligente e custa menos a prevenção das doenças do que remediar e tratar as pessoas já cronicamente enfermas, que diariamente, sem recursos financeiros, sofrem e lotam os hospitais em nosso país.


Os médicos, por sua vez, como formadores de opinião, também têm responsabilidade na orientação dos pacientes e divulgação do potencial terapêutico da vitamina D, especialmente no fortalecimento do sistema imunológico e na prevenção das doenças autoimunes. 


A solicitação de exame de sangue para avaliar o nível de vitamina D deveria ser uma constante em todas as consultas. Afinal de contas, eles fizeram o juramento de não prejudicar e sempre fazer o melhor em benefício de seus pacientes.


Na medida em que a própria internet democratizou o acesso à informação, o paciente moderno – informado - pode questionar e se transformar em um grande modificador da atitude médica.

Os epidemiologistas estimam que se dermos 5.000 UI para toda a população, da noite para o dia, estas pessoas teriam 40% menos probabilidade de contrair novos casos de câncer.

O tratamento solar é gratuito e democrático.


No entanto, parece que esta abordagem terapêutica não é bem aceita pela comunidade médica e pela indústria farmacêutica, havendo um nítido distanciamento entre as evidências científicas e a prática médica.


A proposta do uso da vitamina D é simplesmente restaurar o estado de normalidade do corpo e otimizar o nosso sistema imunológico, fazendo com que o organismo se torne biologicamente mais resistente através de uma fonte natural e gratuita.

Será que não que se divulga este tipo de informação exatamente para que as pessoas, doentes, possam comprar mais remédios? A quem interessa este estado de desconhecimento permanente?

A vitamina D, por ser uma substância (bioidêntica) já existente na natureza, não pode ser patenteada. Será por isto que não existem indústrias interessadas na comercialização da vitamina D, que certamente competiria com os medicamentos convencionais já patenteados? 

Além do mais, qualquer farmácia de manipulação pode produzi-la, a preços excessivamente baixos, mas sempre precedida de orientação por um profissional de saúde.

Informado, você se previne e não fica doente. Por consequência, não gasta com medicamentos e evita as internações. Além do mais, o paciente deixaria de suportar os terríveis e indesejáveis efeitos colaterais dos fármacos e viveria melhor e mais saudável.

Enfim, o conhecimento acerca das propriedades e do poder da vitamina D, além de prevenir doenças, perpassa por ações políticas voltadas à saúde pública, capaz de gerar economia para os cofres públicos e, principalmente, promover saúde das pessoas.

Mas é preciso uma mudança de paradigma. Uma conscientização maior em favor da divulgação da mais potente substância imunomoduladora existente na natureza: a vitamina D.

Afinal, o melhor remédio para a ignorância é a informação, de qualidade! 

Fontes:

Entrevista Dr. Ítalo Rachid (aqui)
Entrevista Dr. Lair Ribeiro (aqui)
Dr. Victor Sorrentino (aqui)
Apresentação Dr. Cícero Coimbra na Câmara dos Deputados (aqui).
Palestra Dr. Michael Holick (em inglês)

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