Neste excelente documentário, exibido pela Netflix, é destacada a importância que os alimentos oferecidos pela própria natureza - e não pela indústria - na manutenção da saúde e prevenção de doenças.
Além de mostrar vários exemplos práticos, depoimento de pessoas que se beneficiaram com a adoção de uma alimentação de verdade, em vez do tratamento medicamentoso, várias questões nutricionais são abordadas de forma coerente e elucidativa.
O trigo moderno, modificado e obesogênico, está presente na maioria dos produtos alimentícios ingeridos pela massa populacional.
Foi destacada a importância de ler e analisar os rótulos das embalagens dos alimentos e interpretar, através de um juízo crítico, a lista de ingredientes.
Há apenas treze gerações, ou seja, desde
revolução industrial, o homem passou a comer carboidratos de forma desregrada em em excesso. 10.000 anos representa pouco mais de 0,5% da história evolucional do ser humano. Os nossos genes não estão, evolutivamente, adaptados a digerir e a metabolizar estes alimentos "modernos".
Com a demonização da gordura, foi adicionado na comida carboidrato (açúcar), grãos refinados, além da substituição da gordura animal por óleos vegetais solidificados, que garantem longa durabilidade para estas invenções da indústria alimentícia.
Então, o documentário pergunta: o que você come?
Os especialistas preconizam que o ideal seria permanecer em um estado leve de cetose, com a ingestão de poucos carboidratos.
Através da dieta cetogênica, crianças com autismo melhoram a qualidade de vida, mediante alteração do metabolismo e a alteração da fonte primária de energia, de carboidrato da dieta com corpos cetônicos.
Esta forma de estratégia alimentar também foi utilizada por uma mulher, diagnosticada com câncer, tendo excelentes resultados, inclusive com a redução tumor. Argumenta-se que as células cancerígenas não se alimentam do oxigênio, mas sim depende da fermentação do açúcar e dos carboidratos refinados.
A autora e jornalista Nina Teicholz explica que na década de 1960, foi iniciada a campanha contra a ingestão de gordura saturada, capitaneada por Ancel Keys. Influente, através do conhecido Estudo dos Sete Países, influenciou toda uma geração, apesar da sua hipótese não ter sido provada por experimentos científicos, ao preconizar que a doença cardíaca era causada pela ingestão de gordura saturada. Ela também defende a necessidade de virar, de ponta a cabeça, a atual pirâmide alimentar.
O emblemático julgamento do renomado cientista Timothy Noakes, no conselho de ética médica da África do Sul, após ter receitado uma dieta pobre em carboidrato e rica em gordura para uma criança, ocupa grande parte do documentário
O médico canadense Jason Fung - especialista em jejum intermitente - também aparece, esclarecendo que o hormônio insulina provoca o acúmulo de gordura corporal.
Por sua vez, o médico sueco Andreas Eenfeldt explica sobre os perigos dos carboidratos refinados, responsáveis por provocar a resistência à insulina.
David Perlmutter, autor do livro "A dieta da mente", alerta que a comida processada é feita em laboratório em detrimento dos alimentos naturalmente fornecidos pela natureza. Ele explica que o cérebro queima glicose mas é a gordura que fornece mais força em termos de componentes que produzem energia (nas mitocôndrias).
A alteração da dieta dos aborígenes australianos é abordada de forma elucidativa, demonstrando a relação entre as doenças modernas (especialmente diabetes e obesidade) a a introdução dos alimentos industrializados, desconhecidos de seus antepassados.
Foi destacado que a cadeia alimentar atual precisa mudar. A indústria tenta confundir o público. O meio ambiente é tóxico. A comida processada. As monoculturas, principalmente dos grãos, trigo, milho e soja (todos geneticamente modificados), dominam a agricultura de massa, ante ao incentivo do consumo de carboidratos reginados. São alimentos viciantes que provocam fome o tempo todo.
Na outra ponta, incentiva-se a restauração dos sistemas naturais, como a criação de gado que come grama verde, diminuindo o impacto ambiental
Além do grave problema do confinamento do gado e da sua alimentação com ração industrializada (afinal, para estes produtores, quanto mais rápido engordar o animal, melhor), a agricultura atual é caracterizada pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, pesticidas e inseticidas. O solo, pobre em nutrientes, não é mais capaz de oferecer um vegetal de qualidade
O documentário adverte sobre a necessidade de cuidar da natureza, que sempre foi abundante e receptiva. A boa alimentação garante um nível de energia constante e melhora a concentração mental. O corpo humano é um sistema complexo, mas a nossa alimentação pode ser simples e saudável.
Contudo, não existe "a pílula mágica" ...
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