sexta-feira, 31 de março de 2017

Carboidratos refinados e alimentação


Depois da fase inicial onde se consegue parar de expor ao organismo aos efeitos nocivos dos carboidratos refinados, torna-se interessante a estratégia alimentar de evitar ou reduzir o consumo de alguns alimentos feitos à base de farinha de trigo que têm a capacidade de alterar nosso metabolismo, estimular a insulina e nos fazer engordar.

" Depois que o trigo foi eliminado de sua dieta, o que sobra? Remova o trigo e você terá removido a fonte mais flagrante de problemas na alimentação de pessoas que seguem dietas que, sob outros aspectos, são saudáveis. 

O trigo é realmente o pior dos piores entre os carboidratos. Mas outros carboidratos também podem ser fonte de problemas, ainda que em menor escala quando comparados com o trigo. Creio que todos nós sobrevivemos a um período de quarenta anos de consumo excessivo de carboidratos. 

Deleitando-nos com todos os novos produtos alimentícios industrializados que chegaram às prateleiras dos supermercados a partir da década de 1970, nos entregamos ao prazer de alimentos ricos em carboidratos no café da manhã, no almoço, no jantar e no lanche. 

Em consequência disso, durante décadas fomos expostos a fortes flutuações dos níveis de glicose no sangue e à glicação, a uma resistência cada vez maior à insulina, ao aumento da gordura visceral e a respostas inflamatórias, tudo isso cansando e depauperando nosso pâncreas, que não consegue mais atender à demanda da produção de insulina. 

Ataques ininterruptos de carboidratos a uma função pancreática fragilizada levam-nos pelo caminho do pré-diabetes e diabetes, da hipertensão, das anormalidades lipídicas (nível baixo de HDL e elevado de triglicerídeos e muitas partículas pequenas de LDL), da artrite, das doenças cardíacas, do derrame cerebral e de todas as outras consequências do consumo excessivo de carboidratos. 

Por esse motivo, creio que, além da eliminação do trigo, uma redução geral da ingestão de carboidratos também é benéfica. Ela ajuda ainda mais a desemaranhar todos os fenômenos decorrentes de nossa fraqueza por carboidratos, cultivada por todos esses anos. 

Se você deseja reverter os efeitos de estimulação do apetite, desvirtuamento da insulina e criação de partículas pequenas de LDL provocados pelo consumo de outros alimentos, ou se uma perda substancial de peso está entre seus objetivos de saúde, você deveria considerar reduzir ou eliminar os seguintes alimentos, além do trigo. 

Amido e fubá de milho – produtos feitos com farinha de milho, como tacos, tortilhas, salgadinhos de milho, pães de milho e cereais matinais, bem como caldos e molhos engrossados com amido de milho. 

Lanches – batatas chips, bolinhos de arroz, pipocas. Esses alimentos, assim como os preparados com amido de milho, fazem a glicose no sangue alcançar níveis estratosféricos. 

Sobremesas – Tortas, bolos, cupcakes, sorvetes, picolés e outras sobremesas doces, todas contêm açúcar em excesso. 

Arroz – branco ou vermelho; arroz silvestre. Porções pequenas são relativamente benignas, mas grandes porções (mais do que meia xícara) geram efeitos adversos sobre a taxa de glicose no sangue. 

Batatas – Batata-inglesa, rosada, batata-doce e inhame provocam efeitos semelhantes aos do arroz. 

Leguminosas – feijão-preto, feijão-manteiga, feijão-mulatinho, feijão-de-lima; grão-de-bico; lentilha. Como as batatas e o arroz, eles têm potencial para alterar a taxa de glicose no sangue, especialmente se a porção exceder meia xícara. 

Alimentos sem glúten – Uma vez que o amido de milho, o amido de arroz, a fécula de batata e a de tapioca, que substituem o glúten do trigo, causam aumentos extraordinários no nível do açúcar no sangue, eles também devem ser evitados. 

Sucos de frutas industrializados e refrigerantes – Mesmo que sejam “naturais”, os sucos de frutas não são assim tão bons para você. Embora contenham componentes saudáveis, como flavonoides e vitamina C, a carga de açúcar é simplesmente grande demais para esse benefício. 

Pequenas doses, de 60 mL a 120 mL, são aceitáveis, mas doses maiores alterarão a taxa de glicose no sangue. Os refrigerantes, especialmente os gaseificados, são incrivelmente prejudiciais à saúde, em grande parte por causa dos açúcares acrescentados, do xarope de milho rico em frutose, dos corantes e do ataque excessivamente ácido do ácido carbônico gerado pela gaseificação. 

Frutas secas – arandos, passas, figos, tâmaras e damascos desidratados. 

Outros cereais – Cereais que não sejam trigo, como a quinoa, o sorgo, o trigo-sarraceno, o painço e, possivelmente, a aveia, não geram exorfinas como o trigo nem produzem as consequências que ele produz sobre o sistema imunológico. Contudo, eles representam ataques substanciais de carboidratos, suficientes para elevar bastante as taxas de glicose no sangue. 

Creio que esses cereais são mais seguros que o trigo, mas, para reduzir a um mínimo o impacto sobre a glicose no sangue, é importante consumir pequenas porções (menos de meia xícara). 

Para suavizar os efeitos adversos do trigo, não há nenhuma necessidade de restringir o consumo de gorduras. Mas algumas gorduras e alguns alimentos gordurosos realmente não deveriam fazer parte da dieta de ninguém. 

Entre eles estão as gorduras hidrogenadas (gorduras trans), presentes em alimentos industrializados; os óleos de fritura, que contêm um excesso de subprodutos de oxidação e formação de AGEs; e carnes curadas, como linguiças, bacon, salsichas, salames e assemelhados (que contêm nitrito de sódio e AGEs). " (Livro "Barriga de Trigo", de William Davis).

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