segunda-feira, 20 de março de 2017

Os carboidratos e a destruição do pâncreas


O consumo exagerado e crônico de carboidratos refinados e processados está na origem do surgimento de uma série de disfunções metabólicas, processos inflamatórios e desregulação hormonal.

Willian Davis, em seu livro “Barriga de Trigo”, sobre a toxidade do trigo para o corpo humano, escreve 
" o trigo possui a incrível capacidade de aumentar imediatamente os níveis de glicose no sangue – o que dá início à montanha-russa de glicose e insulina que estimulam o apetite -, de produzir exorfinas que atuam no cérebro e geram dependência e de provocar o aumento da gordura visceral. Em geral, as pessoas que se preocupam com a saúde e seguem as recomendações dietéticas convencionais de reduzir as gorduras e ingerir mais graus integrais saudáveis consomem aproximadamente 75% de suas calorias de carboidratos na forma de produtos de trigo. 
As crianças diabéticas apresentam lesões nas células beta do pâncreas, as células produtoras de insulina, o que prejudica sua capacidade de produzir esse hormônio. Sem controle, a glicose no sangue sobe a níveis perigosos, atuando como diuréticos.
O metabolismo fica prejudicado, já que a glicose não consegue entrar nas células do corpo em decorrência da falta de insulina. No que se refere a agressão direta ao pâncreas, a explosão de diabetes e pré-diabetes foi em grande parte causada pela explosão dos casos de sobrepeso e obesidade, já que o ganho de peso leva a uma alteração na sensibilidade à insulina e a uma probabilidade maior de deposição excessiva de gordura visceral, condições fundamentais para o surgimento do diabetes.  
Produtos feitos com trigo dominam a dieta e fazem a concentração de glicose no sangue subir a níveis mais altos do que fazem praticamente todos os outros alimentos. Se o ciclo da glicose e insulina atinge altos níveis algumas vezes por dia, ocorre a deposição da gordura visceral – barriga de trigo – que está intimamente associada à resistência à insulina, que, por sua vez, eleva ainda mais os níveis de glicose e insulina.  
A fase inicial do aumento de gordura visceral e do diabetes é acompanhada de um aumento de 50% do número de células beta do pâncreas, responsáveis pela produção da insulina, uma adaptação fisiológica para atender às enormes exigências de um corpo com resistência a esse hormônio. Mas essa adaptação tem limite.  
A glicotoxidade, altos níveis de açúcar no sangue, causa danos reais às células beta do pâncreas, resultantes do alto nível de glicose no sangue. Quanto mais alta a glicemia, maior o dano às células beta. O efeito é progressivo e tem início a partir de um nível de glicose de 100 mg/dL, valor que muitos médicos classificam como normal.  
Depois de duas fatias de pão integral com peito de peru de baixo teor de gordura, uma medição característica de glicose no sangue, em um adulto não diabético, seria de 140 a 180 mg/dL, mais que suficiente para dar cabo de algumas preciosas células beta – que nunca serão substituídas.  
Suas pobres e vulneráveis células beta também são destruídas pelo processo da lipotoxidade, isto é, a perda de células beta em decorrência do aumento da concentração no sangue de triglicerídeos e de ácidos graxos, como os que se desenvolvem a partir da ingestão repetida de carboidratos.  
Uma dieta que privilegia os carboidratos resulta no aumento das partículas de colesterol VLDL e dos triglicerídeos, que persiste tanto logo após a refeição como no intervalo entre as refeições, condições que exarcebam ainda mais o desgaste lipotóxico das células beta do pâncreas.  
Os danos ao pâncreas são ainda agravados por fenômenos inflamatórios como a lesão oxidativa, a leptina, várias interleucinas e o fator de necrose tumoral, todos resultantes do viveiro de inflamações que é a gordura visceral, todos característicos de estados pré-diabéticos e diabéticos.  
Com o tempo e a repetição dos golpes traiçoeiros da glicotoxidade, lipotoxidade e destruição inflamatória, as células beta murcham e morrem. Aos poucos o número de células fica reduzido a menos de 50% da quantidade normal. É nesse momento que o diabetes se estabelece de modo irreversível.  
Resumindo, os carboidratos, especialmente aqueles semelhantes aos dos produtos do trigo, que aumentam mais drasticamente os níveis de glicose e de insulina no sangue, acionam uma série de fenômenos metabólicos que acabam por levar a uma perda irresistível da capacidade do pâncreas de fabricar insulina: o diabetes."

O alimento é informação dada ao corpo. 

Coma comida de verdade e fique saudável!

Nenhum comentário:

Postar um comentário