Finalmente uma grande potência mundial tomou uma atitude eficiente para tentar combater a obesidade infantil e Diabetes Tipo 2: a Inglaterra, a partir de 2017, irá tributar as bebidas açucaradas!
A instituição do imposto sobre açúcar para indústria de bebidas é, sem dúvida, uma notícia alvissareira e promete repercutir positivamente na comunidade nutricional e alimentícia.
É consenso que o consumo excessivo de açúcar (carboidrato refinado) está diretamente associado ao surgimento de processos inflamatórios no corpo que causam doenças crônico-degenerativas.
No Reino Unido, a partir de setembro de 2017, as empresas que produzem bebidas artificialmente adoçadas irão pagar imposto relativo à quantidade de açúcar contida nestes produtos. Assim, quanto mais açúcar adicionado, maior será a taxa a ser paga.
Esta iniciativa integra a estratégia governamental britânica para tentar reduzir a obesidade infantil naquele país, já que o consumo de açúcar encontra-se exagerado e os especialistas salientam que na próxima década, mais da metade dos meninos e 70% das garotas da Inglaterra estarão acima do peso ou serão obesos.
A indústria de bebidas terá um prazo de dois anos para se adequar. Na prática, os produtos que tenham até 5 gramas de açúcar para cada 100 ml pagarão um determinado valor e aqueles, com mais de 8 gramas de açúcar por 100 mil, terão uma alíquota maior.
O foco da iniciativa é claramente a indústria de refrigerantes e bebidas açucaradas artificialmente. Leites e sucos naturais ficam de fora da nova lei. Segundo o jornal The Independent, a nova medida deve gerar uma arrecadação extra anual de £520 milhões ao governo. O dinheiro será investido no financiamento de atividades esportivas em escolas de educação infantil, assim como no aumento da carga horária para esportes para alunos do ensino fundamental.
Um dos primeiros a se pronunciar publicamente sobre o anúncio do Ministro das Finanças foi o chef Jamie Oliver, um dos principais defensores da alimentação saudável nas escolas britânicas.
No entanto, é sabido que o novo imposto não resolverá o problema. É preciso muito mais. Além das informação e conscientização das famílias sobre o consumo nocivo de açúcar e bebidas açucaradas (verdadeiras "calorias vazias", sem qualquer valor nutritivo, repletas de xarope de milho com alto teor de frutose - HFCS), é fundamental restringir e limitar a propaganda e o marketing direcionado ao público infanto-juvenil, conforme já mencionado neste post.
Além disto, as indústrias precisam reformular as embalagens dos produtos para alertar o consumidor sobre os reais riscos que determinado alimento ou ingrediente pode causar na saúde das pessoas.
Por fim, sabemos que a epidemia de obesidade no mundo está instalada e é crescente. As estimativas vaticinam que nos próximos 10 anos 1/5 das pessoas serão obesas. Os reflexos orçamentários para os países tratarem dos doentes, ao invés de prevenir, serão bilionários e catastróficos para suas economias.
Confira a notícia publicada na Folha de São Paulo.
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