domingo, 16 de abril de 2017

Hipertrofia muscular


A hipertrofia decorre de uma microlesão do tecido muscular provocada após a prática do exercício físico resistido. Esta lesão tecidual vai gerar uma resposta inflamatória que, por sua vez, provocará um ajuste compensatório do corpo, possibilitando o aumento do músculo.

Hipertrofia muscular poderia ser conceituado como o processo de remodelamento do tecido decorrente de um aumento da massa muscular oriundo da associação entre o treinamento nutrição. 

O treinamento físico contínuo exige uma dieta adequada que seja capaz de fornecer energia necessária para sustentar o trabalho muscular proposto e contribuir para respostas fisiológicas e moleculares da hipertrofia muscular.

Assim, o exercício de força provoca a lesão no músculo. Gera a resposta inflamatória e ativa a célula muscular a produzir o IGF-1, um peptídeo produzido pela própria célula muscular como resultado da resposta inflamatória. O IGF-1 vai estimular o reparo da célula lesionada e estimular a hipertrofia de forma crônica.

A lesão provoca o reparo do tecido danificado de forma crônica. A célula muscular entende que aquele estresse está quebrando o equilíbrio (homeostase) daquele tecido e, como ajuste compensatório, o organismo vai estimular uma maior quantidade da síntese proteica, aumentando o músculo.

Durante este processo fisiológico, são ativadas algumas das principais vias de sinalização celular para estimular a síntese proteica e hipertrofia.

No entanto, existem vias que inibem e degradam a via proteica. Para se ter o crescimento muscular satisfatório, a taxa de síntese tem que ser maior que a sua degradação, já que o objetivo é estimular um perfil de síntese.

A via principal da hipertrofia denomina-se AKT - mTOR - p70. A molécula de AKT estimula a molécula de mTOR (responsável pelo crescimento celular) que, por sua vez, estimula a molécula de p70, que favorece a síntese de proteína. 

O receptor mTOR é estimulado pela atividade física intensa (treinamento resistido - musculação), pelos fatores de crescimento (hormônios anabólicos, GH, testosterona, insulina, IGF-1) e pelos aminoácidos (principalmente a leucina, presente no BCAA). 

No entanto, esta via é inativada através de estresse oxidativo (radicais livres), ingestão de álcool, dietas ricas em gordura, SIRT1 (acionado em momento de jejum, quando tem fome), AMPK (quando fazemos atividade de endurance de longa duração. O aumento do gasto calórico e energético prejudica a síntese proteica) e o estresse (liberação de cortisol, um poderoso hormônio catabólico contrarregulador da via mTOR). 

A relação é diretamente proporcional: quanto mais o receptor mTOR é ativado, maior a otimização da síntese proteica e melhor é a hipertrofia muscular. 

Parece que o pico da molécula p70 ocorre entre 3 a 6 horas após o exercício físico. Neste período a célula está mais preparada para sinalizar a síntese proteica. Porém, até 36 horas após a atividade física resistida ainda existe estímulo de síntese proteica. 

No entanto, a recuperação do glicogênio muscular é prioridade. Para sintetizar proteína é preciso ter a matéria prima: o aminoácido. Após a prática do exercício físico intenso, para otimizar a hipertrofia, tenho que ter boa oferta de aminoácidos naquela musculatura, já que é o período em que ela estará mais preparada para a síntese proteica.

A recuperação é fundamental para o processo hipertrófico e sem ela não há o ajuste compensatório do músculo.

Portanto, sob o aspecto fisiológico, a hipertrofia muscular consiste em um ajuste compensatório do organismo em resposta a estresse (exercício) que provoca micro lesões no tecido muscular.

O tecido muscular lesionado, através de uma atividade celular, passará a sintetizar mais proteínas para tornar aquela estrutura do tecido muscular maior, mais resistente e mais forte.

O treinamento de força também seria favorável para a redução do nível de glicose no sangue, aumenta a sensibilidade à insulina e nos proporciona uma sensação de maior disposição.

Percebe-se que o principal estímulo que lesiona o músculo e garante um resultado efetivo de hipertrofia é o treinamento de força, como ocorre na musculação, já que este tipo de atividade física movimenta altas cargas e contrações concêntricas e excêntricas.

Portanto, neste processo, o suporte nutricional adequado é de fundamental importância, especialmente através da oferta de proteínas, no momento adequado e nas quantidades prescritas. A alimentação assume relevante papel na medida em que é determinante para a qualidade da hipertrofia.

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