sexta-feira, 28 de abril de 2017

Tratamento da Diabetes Tipo 2


A Dra. Sarah Hallberg, especialista em obesidade, fez uma abordagem provocativa no TEDx, explicando a causa da Diabetes Tipo 2 e perguntando se seria possível a sua reversão

Ela explica que a obesidade é uma doença hormonal, afetada principalmente pela resistência à insulina e o excesso de glicose presente na corrente sanguínea. Diz que as pessoas obesas são vítimas de preconceitos e passam por sérios sofrimentos e possuem auto-estima baixa.

Confira a palestra, que possui legendas em português (alterar em configurações):



Estes foram os principais pontos abordados pela especialista na palestra:

As pessoas obesas enfrentam diversos tipos de preconceito, sentem vergonha, culpa, censura e discriminação.

A maioria, inclusive da área da Saúde, culpa os obesos por serem gordos, por falta de controle ou ausência de motivação. Contudo, a culpa está no tipo de orientação que é repassada aos pacientes.

A obesidade hormonal (insulina) é uma doença e não uma falta de caráter.

A resistência insulínica é o estágio anterior ao pré-diabetes tipo 2. A função da insulina é colocar glicose, isto é, açúcar no sangue, dentro das células para ser usado.

Quando uma pessoa tem resistência à ação do hormônio insulina, as suas células têm dificuldade de receber glicose. A glicose não pode ficar no sangue após nos alimentarmos porque teríamos uma crise diabética depois de cada refeição.

Quando uma pessoa tem resistência insulínica, o organismo reage produzindo mais insulina. Os níveis de insulina aumentarão cada vez mais. Nem mesmo níveis de insulina elevados serão suficientes para manter o açúcar no sangue dentro da normalidade. Logo, o nível glicêmico começa a aumentar. Diabetes é isso.

Insulina alta existe devido à resistência por vários anos antes de o pré-diabetes ser diagnosticado.

O problema da resistência insulínica é: se ela subir, corremos o grande risco de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, a insulina faz com que a gente sinta fome, e é muito provável que os alimentos que ingerimos sejam armazenados como gordura.

A insulina é o hormônio que armazena gordura.

Tudo o que comemos é carboidrato ou proteína ou gordura. Cada elemento produz efeitos diferentes na glicose, portanto, nos níveis de insulina.

Os carboidratos provocam o rápido aumento dos níveis de insulina e glicose. Quando ingerimos proteínas, a situação melhora bastante. Mas quando comemos gordura, basicamente não acontece nada.

Você come demais e fica com fome porque o arroz da refeição (carboidrato) fez os níveis de glicose e insulina subirem rapidamente, desencadeando a fome, o armazenamento de gordura e uma intensa vontade de comer.

As pessoas com resistência insulínica ficam com fome o tempo todo. Ao ingerir carboidratos, a glicose e a insulina sobem, você sente fome e armazena gordura.

O conselho dos médicos para aqueles que têm diabetes tipo 2 é consumir entre 40 a 65 gramas de carboidratos por refeição, e mais um pouco entre as refeições. É muito carboidrato. O que vai acontecer com os níveis de glicose e insulina se comermos toda essa quantidade de carboidrato?

Ou seja, estamos recomendando que eles comam exatamente o que está causando o problema.

O diabetes é um estado de toxicidade de carboidrato. O açúcar no sangue não chega nas células e isso causa um problema em curto prazo.

A resistência insulínica é um estado de intolerância ao carboidrato. Então por que insistimos em continuar orientando os pacientes a consumi-lo?

A ingestão de carboidratos é o fator determinante do aumento dos níveis de açúcar no sangue, que resulta na necessidade de medicamentos. As recomendações atuais preconizam que se você toma algum medicamento para diabetes, deve comer carboidratos, caso contrário, o nível glicêmico pode cair muito.

Ingerir carboidratos para você ter que tomar o remédio, depois ingerir mais carboidratos para evitar o efeito colateral dos medicamentos, e assim por diante.

Nós não precisamos dos carboidratos. Temos proteínas que são aminoácidos essenciais, ácidos graxos essenciais, mas não temos carboidratos essenciais. Um nutriente é essencial se precisamos dele para viver, e não podemos produzi-lo de outra forma. Nós produzimos muita glicose o tempo todo.

Quando os pacientes diminuem o consumo de carboidratos, o nível de glicose cai e, portanto, não precisam de tanta insulina. Os níveis de insulina caem rapidamente. Controla-se a causa do problema.

Baixo carboidrato não significa sem nenhum carboidrato nem com muita proteína.

Existem apensa três macronutrientes: se um cai, o outro tem que subir. O que acontece ao ingerirmos gordura? Você fica feliz porque gordura é gostoso, além de satisfazer bastante. A gordura é o único macronutriente que manterá baixos os níveis de glicose, açúcar no sangue e insulina.

A palestrante faz as seguintes recomendações:

1) não comprar se for “light”, com baixo teor ou sem gordura, pois retira-se gordura e coloca-se carboidratos e substâncias químicas;

2) coma alimentos de verdade. Não coma nada que não goste. Coma quando sentir fome. Não coma sem fome. Não siga o relógio;

3) não coma cereais, batatas e açúcar.

A dra. Sarah explica que a maioria dos alimentos vendidos como integral são processados e o nutriente da fibra é descartado, ou possuem alto teor de farinha refinada, em geral, as duas coisas.

Ela, pessoalmente, não usa farinha de trigo, só farinha de coco, amêndoa, avelã e linho flax.

Estudos mostram que a nutrição de baixo carboidrato reduz os marcadores inflamatórios.

Há algumas décadas, achávamos que o correto era reduzir o teor de gordura. Mas uma pesquisa recente mostrou que não havia nenhuma prova real para recomendar aos americanos que removam a gordura da sua dieta. E foi aí que os carboidratos foram inseridos.


Por fim, diz a especialista em obesidade, que a solução para a epidemia de diabetes em sua clínica seria a interrupção do uso dos remédios para tratar comida. Explica que para uma doença de intolerância à glicose (carboidratos), devemos cortar os carboidratos ou pelo menos reduzi-los.

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