sábado, 8 de abril de 2017

Óleo de coco


Não entendo o motivo de tanta polêmica envolvendo o óleo de coco. Trata-se de apenas mais um ingrediente culinário que você pode usar ou não. Totalmente dispensável. Não é remédio e não precisa ser prescrito por médicos. 

Também não é a salvação para todos os seus problemas alimentares. Se comer mais dele você não irá, como num passe de mágica, perder peso. 
Aliás, mágica não existe em nutrição, da mesma forma que "superalimentos" são fantasiosos. No entanto, acredito que o óleo de coco não é o vilão da história, desde que consumido com moderação. 

O óleo de coco é composto por triglicerídeos (ácidos graxos) de cadeia média, facilmente convertidos e metabolizados pelo fígado em cetonas (os corpos cetônicos são uma importante e alternativa fonte de energia, principalmente para o cérebro) que, aliado a outras estratégias nutricionais, poderá surtir algum resultado. 

Mas não adianta comer pão, arroz, massa e doce, acrescentar o óleo de coco e achar que está tudo bem.

Bom senso sempre. 

Posicionamento oficial da ABRAN 

A notícia foi divulgada, também, na Folha de São Paulo (aqui).

Aliás, pergunto se não tem outro assunto ou produto mais importante para a Associação Brasileira de Nutrologia se preocupar tanto a ponto de lançar uma nota pública. Além do mais, as informações divulgadas são questionáveis e merecem a crítica que recebeu.

O fato é que as pessoas se confundem ainda mais com este tipo de notícia lançada na mídia. A informação divulgada não se baseia em estudos clínicos randomizados e prospectivos dizendo que o óleo de coco seria nocivo para a saúde.

Meros estudos observacionais - como os citados na nota - não podem concluir pela causa e efeito. No máximo, se prestam a levantar alguma hipótese.

Se a discussão for as gorduras saturadas, existem estudos científicos, padrão A, com desfecho concreto, demonstrando, por exemplo, que a manteiga, ao contrário do óleo de milho, não está associada com a mortalidade por todas as causas, doença cardiovascular, coronariana, isquemia cerebral ou diabetes tipo 2. 

Se você não quiser utilizar óleo de coco, por exemplo, para preparar o seu peixe, que aliás fica muito bom, utilize outro produto, como manteiga, banha de porco não industrializada ou mesmo azeite de oliva. 

É bom lembrar que o coco é uma fruta. Portanto, comida de verdade. Seu óleo é extraído basicamente após ser prensado, sem necessidade de qualquer processo industrial ou mesmo refinamento.

Agora, trocar óleo de coco por margarina ou óleos vegetais poli-insaturados, hidrogenados e industrializados - leia-se: óleo de milho, canola, soja - ricos em ômega-6 pró-inflamatório, penso não ser uma substituição saudável e desejável.

Usar ou não óleo de coco em nossa alimentação é irrelevante.

Confira este interessante artigo publicado pelo Dr. Victor Sorrentino (aqui).

Para finalizar, confira o podcast Emagrecer de Vez e tire suas próprias conclusões:


  

Mas para uma coisa penso que serviu a polêmica: alertar aqueles que acreditam que o óleo de coco seja um produto terapêutico e que poderia, por si, ser o salvador do seu para o seu emagrecimento . Não é.

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