sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Armazenamento de gordura pelo corpo

Como visto, a insulina parece ter sido um dos primeiros hormônios a evoluir nas coisas vivas. O irônico, contudo, que não é a gordura da dieta que acaba armazenada como gordura - é o açúcar! 

Nos primórdios, a alimentação era basicamente gordura e proteína dos animais caçados e algumas frutas silvestres da estação. Raízes selvagens e brotos completavam todo o suprimento de carboidratos, cujo consumo era muito limitado (70 gramas). Ínfimo quando comparado a ingestão atual deste macronutriente (de 300 e 600 gramas/dia).

Como estes carboidratos eram fibrosos/complexos, causavam pouco impacto na elevação da insulina. Hoje tornou-se muito difícil nos livrarmos do excesso que consumimos.

No que pertine à biossíntese dos lipídios, segundo a literatura médica (LEHNINGER, in "Princípios de Bioquímica"),
"Este processo é muito ativo nos animais, particularmente por sua capacidade de grande armazenamento de triglicerídeos. 
Nos seres humanos, somente algumas centenas de gramas de glicogênio podem ser armazenadas no fígado e nos músculos, apenas suficientes para suprir as necessidades energéticas do organismo por cerca de 12 horas. 
Diversamente, a quantidade total de triglicerídeos armazenados num homem adulto de 70 kg é de cerca de 12 kg, suficiente para suprir suas necessidades energéticas basais por até 8 semanas.  
Todo o carboidrato comido em excesso à capacidade de armazenamento do glicogênio é convertido em triglicerídeos, que podem ser armazenados em grandes quantidades nas células adiposas em diferentes partes do organismo, especialmente debaixo da pele e na cavidade abdominal. 
A biossíntese e a oxidação dos triglicerídeos nos animais e seres humanos ocorrem simultaneamente, num equilíbrio dinâmico, de forma que a quantidade de gordura no organismo permanece relativamente constante em longos períodos, embora possa haver alterações de curto prazo à medida em que a ingestão calórica flutue. 
O excesso de gordura armazenado desta forma pode oferecer energia e capacitar o organismo a suportar períodos de jejum.  
A velocidade da biossíntese dos triglicerídeos é profundamente alterada pela ação de vários hormônios. A insulina promove a conversão dos carboidratos em triglicerídeos. O metabolismo dos triglicerídeos também é influenciado pela secreção do hormônio do crescimento hipofisário (GH), pelos hormônios adrenal cortical e pelo glucacon."
Neste contexto, percebe-se que o corpo possui duas formas principais de armazenar energia que precisamos para sobreviver: glicogênio (polissacarídio de glicose - fonte de acesso rápido) e gordura (sob a forma de triglicerídeos).

Ocorre que o glicogênio é armazenado em quantidades limitadas no fígado e nos músculos, totalizando aproximadamente até 400 gramas.

Durante nossas refeições, os carboidratos presentes nos alimentos vão sendo digeridos e, no final de seu processo de redução, são absorvidos pelo intestino e transportados pelo sangue para todos os tecidos.

Assim, a quantidade de glicose circulante no sangue se eleva e supera a necessidade orgânica. Este excesso é que será armazenado, primeiramente, na forma de glicogênio.

O glucagon e a insulina são hormônios pancreáticos que trabalham sinergicamente de forma oposta para manter ideais a concentração de glicose no sangue. Fácil perceber que o corpo buscará o equilíbrio automaticamente.

Você deve entender, de forma bem clara, que quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados, principalmente ocasionado pela ingestão em excesso de carboidratos (farinha de trigo, cereais, grãos e açúcar), a INSULINA (sempre ela!) será secretada e comandará todo o metabolismo. 

Ela simplesmente, após permitir a entrada da glicose nas células, irá armazenar o excesso como gordura no tecido adiposo, lacrando e impedindo o acesso a esta gordura. 

Resultado: seu corpo continuará sendo um eficiente acumulador de gordura. Tudo o que você não precisa para emagrecer.

Assista esta interessante animação para entender melhor:

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