domingo, 18 de setembro de 2016

Síndrome Metabólica


As doenças crônicas causadas pela alimentação inadequada deveriam ser objeto de preocupação de toda a sociedade. A cada garfada, uma sentença. Se multiplicarmos a deficiente dieta pelos dias, meses e anos, fácil perceber que realmente nosso organismo é muito resistente ao chegar aos 40 anos ainda "intacto".


Mas o fato é que cada corpo reage de forma diferente em relação ao que se come. 

Na maioria dos casos, especialmente para quem possui predisposição genética, o excesso de ingestão comida industrializada e açucarada, continuamente, poderá ocasionar um conjunto de enfermidades associadas e conjuntas, como triglicerídeos acima do normal, obesidade e pressão sanguínea elevada, instalando-se uma verdadeira síndrome. 

Estes acontecimento patológicos associativos foram observados já na década de 80 por um pesquisador chamado Reaven. Ele estudou que doenças frequentes como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol estavam, muitas vezes, associadas à obesidade, além de possuírem um elo de ligação comum: a resistência insulínica! 

A questão ganhou contornos maiores quando teriam constatado a relação da Síndrome Metabólica com doença coronariana e o aumento da mortalidade geral duas vezes maior que na população normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior.

A Síndrome Metabólica, então, poderia ser definida como a associação de diversos fatores de riscos metabólicos, como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, obesidade abdominal e dislipidemias (níveis elevados de triglicerídeos e baixos níveis de HDL – colesterol), potencializados, ao que tudo indica, pela presença da resistência à insulina.

Acerca de seu diagnóstico ou o estabelecimento de critérios para a identificação da Síndrome Metabólica, com o objetivo de estabelecer um critério padronizado, os órgãos de saúde convencionaram que atualmente se diagnostica a partir da presença de, pelo menos, três dos seguintes componentes: 

  • Obesidade abdominal (índice cintura/quadril > 0,9 para homens e 0,85 para mulheres, ou ainda cintura masculina com mais de 102 cm e a feminina com mais de 88 cm;
  • Triglicerídeos acima de 150 mg/dl, ou estar em tratamento para dislipidemias;
  • Colesterol HDL < 40 mg/dl (homens) ou < 50 (mulheres) ou já estar em tratamento para dislipidemias);
  • Pressão acima de 130/85 (ou já estar em tratamento para isso);
  • Glicose em jejum acima de 100 mg/dl ou estar em tratamento;
  • Diabetes tipo II


Conforme já mencionado, o hormônio insulina, além de ser responsável pela retirada da glicose do sangue e encarregada de levá-la às células do corpo, também participa ativamente do metabolismo das gorduras. Exatamente neste ponto a resistência insulínica parece interferir e atrapalhar o processo hormonal.

Por outro lado, acredito que, além da alimentação moderna ocidental desregrada (diga-se: excesso de consumo de carboidratos refinados e açúcar na dieta), os níveis permanentemente elevados de insulina (hiperinsulinemia crônica) poderiam interferir na gênese de algumas das enfermidades mencionadas. 

Acredita-se que o exercício físico (de curta duração e alta intensidade) é uma das formas de terapia não-medicamentosa mais eficiente e prática para a prevenção e o tratamento da Síndrome Metabólica, inclusive com a melhora no perfil lipídico de seus praticantes, manutenção da massa corporal magra, incremento da função cardiovascular, da pressão arterial e otimização na sensibilidade insulínica.

Desta forma, a prática regular e constante de uma atividade física intensa favoreceria o metabolismo lipídico, ajudaria na mobilização da gordura visceral abdominal e poderia contribuir para a redução de fatores de risco de doença cardíaca e aterosclerose.

Acredito que a Síndrome Metabólica poderia ser evitada ou minorada a partir da adoção de um estilo de vida saudável, da reeducação alimentar, da consciência corporal, da perda de peso e da prática de atividades físicas rotineiras.

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